Como todas as casas cadentes, a terceira também está associada a deslocamentos. Esta é uma casa agitada que fala do dinamismo das viagens curtas, da vida corriqueira e dos lugares que visitamos de uma forma mais frequente - a ida ao trabalho, as visitas rotineiras, as compras. Estas significações estão diretamente ligadas com o astro que tem seu júbilo neste local, a Lua, o mais veloz dos planetas e que muda de fases constantemente. É dito ainda que é a casa dos irmãos, parentes e daquelas pessoas que estão “sempre ali” na nossa vida. Porém, parte de sua beleza está na sua ligação com a religiosidade, lugares sagrados, sacerdotes e sacerdotisas. Por estar abaixo do horizonte, é uma experiência noturna da espiritualidade: o território de Selene, a deusa lunar. Talvez mais associada à experiência feminina da religiosidade de observância, ritualismo e divinação, em contrapartida às grandes instituições dogmáticas, exteriores e solares. Se ainda levarmos em conta que diversas religiões consideram o calendário lunar para celebrações coletivas - Páscoa cristã, Ramadã muçulmano e o Pessach judeu, por exemplo - podemos notar ainda a relação de irmandade com a religiosidade. Por ser o local de júbilo da Lua, a terceira casa foi associada a autoridades sobre cidades e figuras de poder político-social, similarmente ao Sol que se alegra na casa 9, a casa de deus. Em diversas culturas, o regente de um povo estava diretamente associado à vontade de um ou mais deuses, quando não eram vistos como representantes de uma divindade governadora. Provavelmente daí derivaram estas associações destas casas com religiosidade e autoridade. Posteriormente, até os dias de hoje, este tema da administração política passou a ser associado à casa 10, um exemplo que nos ajuda a refletir sobre como o contexto cultural modifica as significações dadas às casas astrológicas ao longo tempo.
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