Como a primeira, a sétima está relacionada ao horizonte. Porém, diferentemente do sol ascendente no leste que, com sua luminescência separa e define o que estava oculto nas sombras, no poente tudo se embaça e perde a definição. Aqui, o encontro de dois mundos - o céu e a terra - acontece no lusco-fusco, sem limites definidos.
Por se opor à casa 1, do nosso corpo e identidade, a sétima se conecta ao “outro”. Assim, um dos assuntos desta casa são as relações em suas múltiplas formas, em que as partes se misturam; afinal, parte da experiência de relacionar-se é saber diferenciar: até que ponto eu sou eu e o outro é o outro?
O regente da sétima casa é um dos principais pontos para o qual olhamos quando estamos buscando aprofundar sobre as parcerias matrimoniais do nativo. Em um nível exterior, podemos tender a ser atraídos por pessoas que são representadas ou portam traços dos planetas que se encontram nesta casa ou do regente dela. Como precisamos do consentimento do outro, nos voltamos para esta casa também para assuntos relacionados ao sexo. Vale reforçar que esta casa se refere ao sentido “institucional” ou “social” dos relacionamentos, ou seja, a parceria como algo formalizado, não pelo viés amoroso necessariamente.
Para autores egípcios e Valens, por exemplo, esta casa era vista também como a casa da morte devido à imagem do sol, o doador da vida, “morrer” no horizonte e entrar de volta na terra. Outros temas da sétima englobam a velhice e parcerias que não dão muito certo, ou seja, contendas e disputas.
Por isso, é comum ser referenciada como a casa de inimigos declarados e de guerras (o que pessoalmente acho meio antiquado). Muito desse raciocínio se deve pela natureza opositiva desta casa em relação ao “eu” da primeira - onde ficamos cara a cara com “oponentes”. Porém, onde há conflito também há a possibilidade de resolução e crescimento: é interessante pensar que da união entre o deus da guerra, Ares/Marte, e a deusa do amor, Afrodite/Vênus, nasceu a Harmonia.
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